1961-1970

1964- festival de comemoração do ano dos Desportos Náuticos 

1966- participação de equipa de natação, sob a orientação de Miguel Silva 

1 de Novembro de 1968 – inicio de escola de Judo com mestre Ohi

Maio de 1970 – inicio de inscrições para o curso de mergulho amador 

1971- representação no campeonato Nacional na Classe Vaurien

O relatório da atividade de 1962, na gerência de Alcindo Bettencourt dos Santos Coutinho, informa que o Clube dispõe de 536 sócios, «sendo a cotização o pilar das receitas, ressaltando que a mesma está longe de ser um sustentáculo seguro da vida económica desta agremiação, porquanto, ainda no valor de 5$00 como em 1940 ‑ estava muito aquém do nível atual das exigências e dos benefícios que o Clube oferecia». E «aumentar a quota era questão que se não punha porquanto a maioria dos sócios que a pagava não usufruía qualquer regalia, na generalidade, moços com limitados recursos, pelo que qual quer acréscimo poderia ser convite ao afastamento».

Em relação à sede «continuava latente a falta de espaço para armazenamento das embarcações, embora se pensasse que no novo “Plano Inclinado” da doca se poderia vir a construir um armazém de luzalite para tal fim». Apontava‑se ainda como solução previsível a cedência por parte da Junta Autónoma dum amplo armazém, então ocupado com material de barragem da defesa do porto e que seria desativado. Enfim… sempre o grande problema da instalação por que se debateram sucessivas direções…

O recinto de banhos continuou a ser utilizado no antigo Cais da Sardinha onde se havia montado uma barraca de fazenda. Contudo, o local era pouco convidativo à prática da natação, sobretudo das sócias, atendendo a que ficava contíguo à Avenida Infante D. Henrique. Foi, por isso, possível a utilização e transferência desse recinto de banhos para o Plano Inclinado, já afastado da via pública e por isso, mais privativo. Ao mesmo tempo, a rampa mostrava‑se propícia à aprendizagem da natação «pelo que logo se notou uma afluência de maior número de banhistas, nomeadamente senhoras e crianças». Contudo, a voltar a manter‑se ali esse recinto de banhos, «haveria que proceder à vedação conveniente do espaço e possível colocação na rampa de correntes de proteção que mais facilitassem a segurança na aprendizagem».

Quanto ao material náutico, ampliara‑se a secção de remo com a compra por 600$00 dum bote que pertencia ao iate “Forty”. Os quatro “Vougas” sofreram completas reparações de casco, tendo‑se adquirido novos panos. As restantes embarcações de remos e vela mereceram também os necessários cuidados, o que pesava na conta de gerência, com 17.334$50.

Como cursos de formação, apenas havia funcionado o destinado a natação, «confiado à devoção do consócio Dr. Dinis Bulhão Pato, pois os cursos de remo e vela não chegaram a ser abertos por dificuldade em manter‑lhes a regularidade de instrução, dados os encargos dos habituais instrutores».

«O pioneiro (…) foi o Engº José Maria de Medeiros; ele é que iniciou a natação, o curso de escafandria, o curso de nadador-salvador, e os atletas davam festivais todos os sábados e domingos.»

Raul Domingues

Aproveitando a visita a S. Miguel do Eng.º Álvaro Roquete, o Clube entregar‑lhe‑ia uma detalhada exposição solicitando o patrocínio dos Serviços de Turismo do Secretariado Nacional da Informação.

O programa de atividades do Clube para 1964, “O ANO DOS DESPORTOS NÁUTICOS”, apontava para atividades de vela, campeonato de remo e provas de natação, num percurso que se estendia de Abril a Dezembro. Para rematar esse programa, haveria um festival de encerramento das Escolas de Vela, Remo, Natação e Motor, no qual seriam disputadas as taças “Joaquim Bettencourt Ávila”, “Dr. Dinis Bulhão Pato”, “Armando Sousa Rocha” e “Alcindo Coutinho”, pensando‑se ainda organizar diversos passeios e excursões em datas a fixar.

Sobre “corridas de autobordo”, fazia‑se o seguinte comentário: «sendo esta modalidade desconhecida entre nós e no intuito de expandi-la, incluímos neste programa duas provas nesta modalidade na esperança de que venha a ser a Motonáutica mais uma atividade deste Clube»…

Em 1966, Fernando de Medeiros Machado assume a presidência do Clube, reiniciando-se uma fase de reestruturação de todas as atividades, com a inclusão na vela da Classe “Vaurien”. Uma equipa de natação participa nas festas da cidade de Angra do Heroísmo, composta pelos nadadores Aires W. Morais da Silva, Mário da Gama Goyannes Vasconcelos, Joaquim Maria Coelho e António Jacinto Vasconcelos Raposo. Essa equipa foi louvada pelos resultados obtidos nas provas e, muito especialmente, pela forma como se comportaram, dignificando assim o nome do Clube, e merecendo especial atenção o chefe da equipa, Aires W. Morais da Silva, pelo interesse demonstrado e pela forma como soubera incutir confiança nos colegas da equipa. O recinto de banhos continuou a ser utilizado na rampa de varagem, sendo autorizado, a título experimental, que ali fosse posto a funcionar um bar, bem como adquiridos cadeiras de praia, guardas‑soI, com saldos dum subsidio atribuído pela Comissão de Turismo.

«Havia uma coisa que muita pouca gente sabe: o Sr. Engº queria fundar neste Clube, dentro da secção de Natação, a secção ‘O Tubarão’. E porquê o tubarão? É o animal que mais aterroriza no mar e que tem uma grande mobilidade dentro de água e, para se pertencer a essa secção, tinham que ser nadadores que tivessem feito uma travessia de uma ilha para outra, tinham que ter uma grande resistência e boa preparação, tinham que ter curso de escafandria e um curso de nadador-salvador. E infelizmente só havia três pessoas com essas condições: eu, o Engº José Maria e o Hélder Peixoto.»

Raul Domingues

Em Junho é posta a funcionar uma Escola de Natação, sob a orientação de Miguel Silva, do Clube de Natação de Lisboa, sendo considerada «a primeira devidamente organizada por este Clube» e tinha uma frequência de 115 alunos. É solicitada ainda a inclusão do Clube no plano de atividades da Federação Portuguesa de Vela. É ainda dado início a um programa radiofónico intitulado “RUMO AO MAR”, através do Clube Asas do Atlântico, no intuito de proporcionar um melhor conhecimento das atividades ligadas ao mar, bem como dar conta da vida do Clube Naval, sempre no intuito de alargar às massas jovens a prática das atividades náuticas.

«Entre 66 e 70 fiz natação, judo, vela, remo e mergulho. Em 73 comprei um Vaurien, dos primeiros da altura, ainda fiz umas regatas com o Alberto e o Toste, mas fui muito penalizado pela minha vida profissional, que não me dava vagar…»

Hélder Peixoto

O Eng.º Augusto Cavaco – que foi um verdadeiro mecenas em toda a vida do Clube Naval – é convidado a formar uma Delegação, em Lisboa, da nossa agremiação, sempre na mira de se conse­guir os subsídios e a aproximação necessários com os grandes centros náuticos estabelecidos na capital. Ainda a propósito dos gestos de filantropia do Eng.º Cavaco e de outros sócios, transcreve‑se a seguinte deliberação da ata nº 115, de 18 de Maio de 1966: «Por unanimidade foi deliberado registar em ata a oferta do nosso sócio, Exmo. Sr. Eng.º Augusto de Sousa Cavaco, de 10 remos de Yolle novos, numa altura em que o remo estava condenado a desaparecer por falta de fundos para as reparações dos Yolles, que já foram reparados a expensas suas, e muito especialmente por falta de remos, para os mesmos. Foi igualmente deliberado registar em ata a comparticipação na cobertura dum armazém, oferecido pela Junta Autónoma dos Portos de Ponta Delgada, pelos sócios Srs. Eng.º Augusto de Sousa Cavaco e Eng.º António Gomes de Menezes. São estes gestos desinteressados mas positivos que dignificam os seus autores, não só pelo significado social que encerram, mais ainda pelo alcance das suas intenções ‑ proporcionar os meios à nossa juventude para um melhor desenvolvimento físico e moral».

«Por essa altura surgiu a oportunidade de se criar o Judo em São Miguel e não havia onde se pudesse praticar o Judo, o Clube Naval tinha uma sala relativamente grande mas mal mobilada, e foi nessa sala que se criou a primeira secção de Judo. Nós tivemos que estudar muito bem os estatutos para ver como é que era possível um clube naval ter uma secção de Judo, mas como os estatutos diziam que o Clube tinha que fomentar também a educação física dos seus associados, foi através desse parágrafo que se criou a secção de Judo. Teve um impacto muito grande, muita gente dirigiu-se ao Clube Naval por causa do Judo; foi uma dificuldade imensa para se arranjar os tatamis, depois descobrimos que havia uns homens que faziam os capachos antigos de folha de espadana em Água de Pau, e foi com isso que se fizeram os tatamis do Clube Naval.»

João San-Bento

Sempre aberto à expansão dos desportos, bem como da cultura física dos seus associados, por iniciativa do Eng.º Carlos Alberto Soares Bordalo, então delegado em Ponta Delgada da Direção Geral dos Desportos, em 1 de Novembro de 1968 inicia‑se no Clube Naval a prática de judo, conseguindo a vinda para S. Miguel de “Mestre” Masatoshi Ohi, que viria a ser mais tarde o grande impulsionador desta modalidade na Ilha de S. Miguel e nos Açores, em geral. Frequentado por um restrito número de alunos, a sua expansão tornar‑se‑ia uma das mais representativas de quantas modalidades desportivas se praticam nos Açores, e que maior número de títulos nacionais já trouxe para esta Região. Em Maio de 1970 as aulas da Escola de Judo eram assim distribuídas: dos 7 aos 11 anos às 3ª e 5ª Feiras; com mais de 11 anos, nos mesmos dias; para senhoras, às 3ª e 5ª Feiras; aos Sábados, para todos.

Igualmente nesse mês e ano se abriam inscrições para um curso de mergulho amador.

Em 18 de Julho de 1970, o Jornal “Diário dos Açores” dá as seguintes informações sobre o Clube Naval: «Com a chegada do Verão e a entrada da massa estudantil em férias, começam a animar‑se as atividades do Clube Naval, que, muito embora se pratiquem todo o ano, graças à amenidade do nosso clima, quase que hibernam entre nós, talvez devido a uma errónea ideia de que os desportos do mar não se devem praticar no Inverno.

É uma ideia arreigada de há muito e para ela terá contribuído, certamente, a falta de recinto próprio para banhos e treinos de nadadores, estrutura básica para o progresso da natação.

Contrato de um Técnico de Natação

O Clube Naval tem estado em contacto com o técnico japonês Dr. Shintaro Yokoshi, selecionador nacional e treinador do Sport Algés e Dafundo, a fim de contratar um técnico para treinar a sua equipa de nadadores de competição.

Este treinador permanecerá entre nós durante os meses de Agosto e Setembro, sendo a sua Ação da maior importância para que os nadadores micaelenses possam vir a entrar nas competições a nível nacional. Entretanto, estão abertas as inscrições para a frequência das aulas de natação para infantis e juvenis, que terão os seus monitores próprios, escolhidos entre alguns dedicados nadadores seniores. Para tal, o recinto de banhos do Clube já se encontra devidamente montado.

Mergulho Amador

As atividades submarinas do Clube têm registado, ultimamente, grande incremento, com um crescente aumento de participantes daquela interessante modalidade. De grande interesse turístico, dado o elevado número de adeptos que conta em todo o mundo, está modalidade merece ser acarinhada. Ainda há poucos dias noticiámos a concessão ao Clube Naval dum valioso donativo de 20.000$00 atribuído pelo Fundo do Turismo, da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, com a finalidade de apoio às suas atividades naquele âmbito. Um segundo curso de mergulho amador vai ter lugar, será ele dirigido por outra devoção excecional ao Clube, o Sr. Jorge Prista, que é, afinal, o diretor da respetiva secção, e para quem vão as nossas desculpas. O seu a seu dono…

«Tirávamos a temperatura à água todos os dias – eram 14 ou 15 graus e o máximo que apanhei foram 22 graus, na travessia Faial/Pico. O meu treino era assim: tirávamos a temperatura, fazíamos o esquema do treino, nadávamos até atrás da cadeia para sair já fora da doca, por causa de apanhar as correntes, e voltávamos. Isso era o mínimo dos mínimos, 3 mil metros, e levava-se à volta de 1 hora.»

Raul Domingues

 

Salão de Arte Fotográfica

No desejo de contribuir para a divulgação das atividades náuticas e de aspetos das costas e submarinos da Ilha de S. Miguel, promove este ano o Clube Naval, com a colaboração da Comissão Regional de Turismo, onde se prestam todos os esclarecimentos».

Em 26 de Setembro o mesmo Jornal noticia o seguinte: «A fechar a época no Clube Naval, realizar‑se‑ão dois acontecimentos, que reunirão, certamente, muitos atletas e sócios da popular coletividade. Pelas 16 horas do dia 27 será inaugurada, na sede social, à Avenida Kopke, uma exposição de desenhos executados pelas classes mais jovens das escolas de natação, certame intitulado “A Natação Vista Pelas Crianças”. Seguidamente, dar‑se‑á início ao Festival de Encerramento, em que participarão atletas das diversas categorias. Na próxima segunda‑feira, pelas 21 horas, terá lugar, no Solar da Graça, uma festa para distribuição de medalhas, a que assistirão o governador do distrito e outras entidades convidadas».

«Na altura, os clubes navais não tinham barcos compatíveis e por isso era difícil organizar provas regionais. Mas quando os clubes de Ponta Delgada, Horta, Angra e Praia decidiram apostar nos Vauriens já se podia competir. Foi o primeiro passo para as Semanas de Vela Açoriana.»

Duarte Toste

Sob o título A Vela Aves o Jornal “Diário dos Açores” de 24 de Outubro de 1970 publica a seguinte reportagem assinada por Rui Santos, que dá conta da nova era do Vaurien, em expansão no Clube Naval: «Com a aproximação do Inverno, os desportos náuticos, não falando, já se vê, da natação, que vai ter um longo período de inatividade (cerca de 8 meses de paragem forçada), que vem estragar tudo que se fez durante a época estival, irão ter, neste caso, a Vela, uma atividade digna do maior apoio e compreensão. Não é a primeira vez e, por certo, não será a última que, servindo‑nos da possibilidade que este jornal nos oferece, nos debruçamos sobre as várias actividades ligadas ao Clube Naval de Ponta Delgada, organização de grande projeção e cuja obra nunca é demais enaltecer e destacar.

«Se queríamos andar com os barcos, nós é que os pintávamos… fossem os de vela ou os Yolles… lembro-me do mestre José Salgadinho, que reparava os Yolles, na altura do Engº Cavaco.»

Hélder Peixoto

Hoje iremos falar, mais uma vez, sobre Vela, um desporto que durante estes próximos meses irá ser notícia, pela competição que o Clube Naval pretende levar a efeito, a qual consegue pôr em atividade cerca de dezena e meia de velejadores, dos quais sairá a equipa que representará o Clube no Campeonato Nacional de 1971, na classe internacional “Vaurien”.

Mas, para nos falar do assunto, escolhemos Fernando Machado, grande entusiasta da modalidade e responsável pela referida classe. Ao iniciarmos esta nossa curta conversa, Fernando Machado começou por nos dizer qual a actividade que o Clube pretende dar às três embarcações que recentemente adquiriu com um subsídio do Fundo de Fomento do Desporto.

«Vim para o Clube em 67 ou 68 com o meu pai, mas comecei a praticar vela em 70, fizemos um curso, eu, o Luís Melo, o Toste, o Luís Nuno, o Sr. Artemísio… Nessa altura vieram os Vauriens para o Clube, mas era extremamente difícil velejar porque o acesso aos barcos era complicado, tivemos que provar que tínhamos capacidade para os manejar e começámos a entrar nas regatas de Vaurien.»

Alberto Pacheco

«A natação ligava-nos muito e tínhamos liberdade de praticar sem estarmos circunscritos a uma piscina ou a horários de disponibilidade ou a pagamentos… O Clube Naval era uma grande família e vivíamos como se fossemos uma família.»

Paulo Menezes

– Foram, na realidade, adquiridas três embarcações da classe “Vaurien” por ser o número mínimo requerido para ser formada uma frota em Ponta Delgada, pois só assim poderá haver vela de competição. Quanto à atividade a dar a estas embarcações, dependerá do entusiasmo dos nossos velejadores, não só pela classe, como ainda pela competição. Entretanto, uma coisa será certa, haverá anualmente o Campeonato Regional, pois a isso obriga a própria classe, e a validade da frota dependerá, como é óbvio, da sua atividade.

«Pratiquei vela e remo ao mesmo tempo; na altura não se praticava vela sem se fazer remo. (…) Fiz parte do grupo que organizou as Semanas Açorianas de Vela; isto é discutível, mas pode-se dizer que as Semanas Açorianas de Vela é que deram origem à Semana do Mar, porque as Semanas de Vela eram organizadas só pelo Clube Naval, mas como era muito dispendioso propusemos que fosse um ano cá, um ano na Terceira e um ano no Faial e a partir daí surgiu a Semana do Mar e esqueceu-se a Semana de Vela.»

António Viana

– De quantas regatas se compõe esse campeonato regional e qual a altura da sua realização?

– Antes do campeonato propriamente dito, começamos por um torneio de seleção das três equipas titulares das embarcações agora adquiridas. Estas provas não têm um número limitado, mas serão aquelas que sejam possíveis realizar aos sábados e domingos dos meses de Outubro e Novembro. As tripulações com maior pontuação serão os titulares e inscrever‑se‑ão na classe “Vaurien”, iniciando‑se então a verdadeira atividade da frota de Ponta Delgada. Antes, ainda, do Campeonato Regional, haverão pelo menos duas provas para disputa doutras tantas taças.

– Além da atividade a que já referiu a dar à classe “Vaurien”, haverá alguma competição de outra classe, “Optimist”, por exemplo?

– Estamos realmente a pensar em organizar um torneio idêntico nessa classe que servirá de preparação aos nossos infantis para ingressarem na classe “Vaurien”. Mas, por enquanto, não temos ainda nada decidido, por nos faltar especialmente apoio para uma organização desta natureza.

– Pode‑nos adiantar, Fernando Machado, qual o prémio ou os prémios a atribuir ao vencedor do Campeonato Regional que pretende organizar?

– O vencedor, além duma taça, receberá ainda um subsídio, para se deslocar ao Continente, a fim de tomar parte no Campeonato Nacional, em representação da nossa frota.

– Têm muitos velejadores inscritos?

– Para as provas de seleção, temos inscritos 14 velejadores, num total de 7 equipas, 2 seniores e 5 juniores.

– Já mais de uma vez temos ouvido dizer que, além da falta de entusiasmo verificado da parte dos possíveis praticantes, existe, também, o factor dispêndio de capital. Serão assim tão inacessíveis as condições exigidas pelo Clube aos indivíduos que se queiram iniciar na prática da vela?

– O Clube Naval desde há muitos anos que vem organizando, como parte da sua Escola, cursos de iniciação de vela, que estão abertos a todos os sócios e até não sócios. Estes cursos têm uma propina de 100$00. Há ainda, para aquelas pessoas que estejam empregadas, outro sistema, que podemos considerar de lições particulares, ministradas pelos velejadores do Clube considerados em condições de serem monitores, que requisitam os barcos, nas horas que mais convêm ao aluno e ao instrutor, sendo as saídas em instrução grátis, pagando o instruendo para fazer o exame os cem escudos que todos pagam. Recapitulando, posso dizer que tudo quanto um iniciado tem a despender são os tais 100$00, o que, penso, não seja assim grande problema que impeça a sua iniciação no desporto.

As perguntas tinham‑se esgotado. Despedimo‑nos de Fernando Machado, até uma próxima oportunidade, e fizemos ardentes votos para que o programa que o Clube Naval pretende levar a efeito seja aquele êxito, que tanto esperamos, para beneficio não só do próprio Clube, como, até, do desporto náutico micaelense».

«Toda a gente sabe que o fundador das atividades subaquáticas foi o Jorge Prista, um grande entusiasta. O Clube Naval deve-lhe muito. Havia um barco chamado “Mistral”, que constituía a guarda avançada destas prospeções marinhas, e que servia também para passeios ao ilhéu da Vila e às Formigas, e o Jorge Prista sempre defendeu, apesar de discutirem a manutenção do “Mistral”, a utilização do barco para a Universidade.»

Armando Rocha